quinta-feira, 12 de julho de 2012

Tradução - AS

Somente Nadal poderia ter ganhado a final contra Federer


  • Rodney George Laver, o maior mito do tênis australiano, ganhador de dois Grand Slams, em 1962 e 1969, analisou o recente torneio de Wimbledon, após a final Federer-Murray .
Como analisa o resultado de Wimbledon, com o sétimo título e o grande jogo de Roger Federer?
O que faz Federer é um ato de classe, que surpreendeu a muitos. Eu não pensava que ele fosse capaz de ganhar de Djokovic nas semifinais. Acho que, na realidade, ninguém ou quase ninguém esperava. Claramente, Roger reservou seu melhor tênis para a semifinal e para a final. Foi um grande torneio de Wimbledon e ele foi um justo ganhador. A essas alturas de sua carreira, o que Federer vem fazendo tem um grande mérito.

Federer esteve a dois pontos de perder para Benneteau
Foi um Wimbledon com muitas surpresas. Às vezes acontece. Devo dizer também que Andy Murray jogou excepcionalmente bem e por isso chegou até a final. No final, o tênis não engana.

E se Federer ou Murray tivessem que ter enfrentado Rafa Nadal?
Foi uma decepção para todos o que aconteceu com Nadal. Suponho que para ele mais do que todos. Escutei que teve problemas físicos. Uma derrota tão cedo era o último que esperávamos. Mas o nome deste jogo e de um grande torneio que é Wimbledon: têm que ganhar sete partidas, todas em um grande nível e sem margem para erros desde a primeira rodada, onde Nadal já sabia o que era ter problemas. Não tenho nenhuma dúvida que somente Nadal, em boa forma, poderia ter ganhado de Roger Federer na final.

Quais são as vantagens de Nadal contra Federer?
A velocidade, a convicção, o alto ritmo que impõe e a massiva direita cruzada que golpeava o revés de Federer: isso é o que mais molesta a Roger.

E Djokovic?

Agora não está tão sólido como em 2011, quando teve um ano excepcional. O jogo de Djokovic molesta mais a Rafa porque sabe tirar o revés para a direita de Rafa, e põe o espanhol em problemas para levantar seu golpe de direita com o topspin que necessita.

Você foi ao “Tour” professional de Jack Kramer, em 1962, nos EUA. Quem foi seu rival mais difícil?
Muitos, mas me lembro de Hoad Ken Rosewall e Pancho Gonzales. Na era Open houve uma boa rivalidade com meu amigo Santana, que ganhava de mim na terra batida na Europa e me deixava em apuros em Wimbledon: mas em Wimbledon eu é que ganhava. Outro de meus grandes problemas era John Newcombe. Mas a melhor partida da minha vida foi quando ganhei de Rosewall (4-6, 6-0, 6-0) no último evento como profissional de 1968, em Los Angeles. Nunca irei esquecer. É a partida de tênis que sempre sonha em fazer.